Você sabia que o carcinoma espinocelular, conhecido também como carcinoma de células escamosas, é o segundo tipo de tumor de pele mais comum no mundo? Essa condição, embora menos conhecida do que o carcinoma basocelular, merece atenção especial — principalmente quando falamos em exposição solar sem proteção.
Segundo Bruno de Castro Souza, dermatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo e especialista em oncologia cutânea pela Faculdade de Medicina da USP, o carcinoma espinocelular é uma neoplasia maligna originada nos queratinócitos, as principais células da epiderme. Ou seja, trata-se de um câncer que se desenvolve diretamente a partir da camada mais externa da pele, muitas vezes em áreas frequentemente expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço, braços e mãos.
“A principal causa do carcinoma espinocelular é a exposição crônica à radiação ultravioleta, especialmente a UVB. Pessoas que passaram a vida sob o sol, sem o uso adequado de protetor solar, estão mais vulneráveis”, explica o médico dermatologista.
Quem está mais em risco?
Esse tipo de câncer de pele afeta, principalmente, pessoas de pele clara, que têm menor quantidade de melanina — pigmento natural que oferece certa proteção contra os raios solares.
Grupos com maior risco incluem:
- Trabalhadores rurais e pessoas que trabalham ao ar livre;
- Indivíduos que não usam protetor solar regularmente;
- Pacientes imunossuprimidos, como transplantados que utilizam medicamentos imunossupressores;
- Pessoas com histórico de infecção por HPV (Papilomavírus Humano).
Como prevenir o carcinoma espinocelular?
A prevenção do carcinoma espinocelular começa com o cuidado diário com a pele:
- Use protetor solar com FPS adequado todos os dias, inclusive em dias nublados;
- Evite a exposição solar direta entre 10h e 16h, quando a radiação UV é mais intensa;
- Utilize roupas com proteção UV, chapéus de aba larga e óculos escuros;
- Reaplique o protetor solar a cada 2 horas ou após entrar na água ou suar excessivamente.
“A proteção solar deve ser constante e começar desde cedo. A prevenção é a melhor forma de evitar esse tipo de câncer”, reforça o especialista.
Quais os sintomas e sinais de alerta?
É fundamental estar atento a lesões na pele que não cicatrizam, sangram com facilidade ou apresentam crescimento e espessamento com o tempo. Essas características podem indicar a presença de um carcinoma espinocelular.
Ao notar qualquer alteração incomum na pele, o ideal é procurar um dermatologista. O diagnóstico é feito por meio de biópsia da lesão suspeita.
Tratamento do carcinoma espinocelular
O tratamento mais comum é a remoção cirúrgica do tumor, o que, em cerca de 95% dos casos, é suficiente para a cura.
“Na grande maioria dos casos, a cirurgia é curativa. Apenas em situações mais avançadas pode ser necessário recorrer a tratamentos complementares, como terapias sistêmicas”, destaca Bruno de Castro Souza.
Apesar de sua alta taxa de cura quando detectado precocemente, o carcinoma espinocelular pode, em casos mais raros, evoluir para metástase, principalmente para os linfonodos. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial.
O carcinoma espinocelular é um tipo de câncer de pele altamente tratável quando identificado cedo. No entanto, a prevenção ainda é a melhor estratégia para se proteger. Adotar hábitos saudáveis de exposição ao sol e monitorar a pele regularmente são atitudes simples que podem salvar vidas.