Você sabia que o AAS Infantil nem sempre é seguro para as crianças?

Publicação: 31/10/2025
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Pediatra da Rede de Hospitais São Camilo explica quando o medicamento pode ser indicado e alerta para os perigos da automedicação

Popularmente conhecido como aspirina, o AAS (ácido acetilsalicílico) é um dos medicamentos mais conhecidos no tratamento de dores, febre e inflamações. No entanto, o uso em crianças requer atenção e acompanhamento médico rigoroso. Embora o AAS infantil exista e possa ser indicado em situações específicas, a automedicação representa um risco à saúde dos pequenos.

De acordo com o Dr. Hamilton Robledo, pediatra da Rede de Hospitais São Camilo, o medicamento pode ser utilizado em alguns quadros clínicos específicos, como doenças inflamatórias ou cardiológicas, que exigem controle da coagulação sanguínea. “O AAS infantil tem papel relevante em certos tratamentos, mas precisa ser prescrito e acompanhado de perto por um médico. O uso sem orientação, especialmente em casos de febre ou infecções virais (como gripe, catapora e dengue), pode causar efeitos colaterais graves e até irreversíveis”, afirma o especialista.

Quando indicado de forma criteriosa e sob supervisão médica, o AAS infantil pode trazer benefícios importantes:

  • Ação anti-inflamatória: ajuda a reduzir processos inflamatórios em doenças específicas.
  • Efeito antiplaquetário: em algumas condições cardíacas ou vasculares, previne a formação de coágulos e complicações circulatórias.
  • Controle de doenças crônicas: pode ser parte do tratamento de enfermidades raras, como a doença de Kawasaki, sob orientação pediátrica.

Apesar dos benefícios em casos controlados, o uso incorreto do AAS em crianças pode gerar consequências sérias:

  • Síndrome de Reye: condição rara, mas potencialmente fatal, associada ao uso do medicamento durante infecções virais como gripe ou catapora.
  • Irritação gástrica e sangramentos: devido ao efeito do AAS sobre a mucosa do estômago e a coagulação sanguínea.
  • Reações alérgicas: variando de leves a severas, especialmente em crianças com histórico de alergias a anti-inflamatórios.

Por essa razão, o uso do AAS infantil deve ser sempre orientado e acompanhado por um especialista. “O medicamento não deve ser administrado como analgésico ou antitérmico de rotina, mesmo em doses baixas. O ideal é que os pais evitem a automedicação e busquem sempre a avaliação de um pediatra diante de qualquer sintoma. Somente o profissional poderá indicar o tratamento mais seguro e adequado para cada caso, reduzindo riscos e garantindo o bem-estar das crianças”, conclui o Dr. Hamilton Robledo.

Para o alívio de febre e dor em crianças, o ideal é seguir as recomendações médicas e optar por medicamentos específicos para a faixa etária, geralmente à base de anti-inflamatórios, conforme orientação do pediatra.