Esclerose Múltipla: diagnóstico precoce aumenta a eficiência do tratamento

Publicação: 05/09/2024
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Aproximadamente 40 mil brasileiros enfrentam a doença e a detecção precoce é crucial para oferecer qualidade de vida aos pacientes

No dia 30 de agosto, o Brasil celebra o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, uma data crucial para aumentar a visibilidade dessa doença neurológica crônica e autoimune. A Esclerose Múltipla (EM) ocorre quando o sistema imunológico ataca o sistema nervoso central, provocando lesões no cérebro e na medula espinhal. Embora a EM não tenha cura, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), cerca de 40 mil brasileiros convivem com a doença, sendo 85% mulheres jovens, predominantemente brancas, entre 18 e 30 anos. Mundialmente, estima-se que a  EM afeta aproximadamente 2,8 milhões de pessoas. O diagnóstico precoce é essencial para permitir um tratamento mais eficaz, retardando a progressão dos sintomas.

Diagnóstico: A importância de identificar a doença cedo
O diagnóstico precoce da Esclerose Múltipla é um desafio crucial, mas fundamental para garantir um tratamento eficaz. A complexidade da EM reside na diversidade de seus sintomas, que muitas vezes são confundidos com outras condições de saúde. Segundo o Dr. Edson Issamu, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, estar atento aos primeiros sinais é essencial: “Identificar a doença em seus estágios iniciais permite que o tratamento seja iniciado o quanto antes, aumentando as chances de controlar os sintomas e retardar a progressão da doença.”

Técnicas de imagem, especialmente a ressonância magnética, desempenham um papel fundamental na detecção precoce. “A ressonância magnética é uma ferramenta crucial que nos permite visualizar as lesões no sistema nervoso central, ajudando a confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado mais cedo”, acrescenta o Dr. Issamu.

Sintomas: Um quadro variado e debilitante
A Esclerose Múltipla pode se manifestar de diversas formas, dependendo da localização das lesões. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • – Fraqueza muscular: A perda de força nos músculos pode dificultar atividades cotidianas, impactando a independência do paciente.
  • – Problemas de coordenação: A falta de equilíbrio e a coordenação motora prejudicada são sinais frequentes da doença.
  • – Dores articulares: Desconfortos nas articulações, frequentemente confundidos com outras doenças reumatológicas.
  • – Disfunções intestinais e da bexiga: Problemas no controle das funções corporais são sintomas importantes.
  • – Alterações visuais: Visão turva ou perda parcial da visão são sinais que não devem ser ignorados.
  • – Fadiga intensa: Um dos sintomas mais debilitantes, que pode interferir drasticamente na vida diária dos pacientes.
  • – Depressão: A EM pode afetar o estado emocional, levando a quadros de depressão que necessitam de acompanhamento psicológico.
  • O Dr. Issamu alerta sobre a importância de reconhecer esses sintomas para que a investigação médica seja realizada o mais rápido possível: “A diversidade de sintomas pode retardar o diagnóstico, mas a consciência dos sinais de alerta pode acelerar o processo, proporcionando aos pacientes uma oportunidade de iniciar o tratamento antes que a doença avance.”
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  • Causas: Fatores ainda não totalmente compreendidos

As causas exatas da Esclerose Múltipla permanecem desconhecidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, ambientais e imunológicos contribua para o desenvolvimento da doença. “Não podemos apontar uma causa única para a EM, mas sabemos que fatores como a predisposição genética e a exposição a determinados vírus, como o Epstein-Barr, desempenham um papel importante”, explica Dr. Issamu. 

Tratamento: O caminho para uma vida com mais qualidade
Embora a Esclerose Múltipla ainda não tenha cura, existem várias opções de tratamento que ajudam a controlar os sintomas e a melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento da EM geralmente inclui:

  • – Medicamentos imunomoduladores: Esses medicamentos ajudam a reduzir a frequência e a gravidade das recaídas. “Os imunomoduladores são a base do tratamento da EM, pois atuam diretamente no sistema imunológico, controlando a resposta autoimune que causa as lesões no sistema nervoso central”, detalha o Dr. Issamu.
  • – Corticosteróides: Utilizados principalmente durante os surtos agudos, os corticosteróides reduzem a inflamação e aceleram a recuperação dos sintomas.
  • – Terapias de reabilitação: Fisioterapia, terapia ocupacional e suporte psicológico são elementos cruciais no manejo da EM. “As terapias de reabilitação são personalizadas para cada paciente, focando na manutenção da mobilidade, força muscular e independência nas atividades diárias”, afirma Dr. Issamu.
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A abordagem multidisciplinar é essencial para o manejo eficaz da Esclerose Múltipla. “Não podemos tratar a EM de forma isolada. É necessário um time de profissionais, incluindo fisioterapeutas, psicólogos e neurologistas, trabalhando juntos para garantir que o paciente tenha a melhor qualidade de vida possível”, conclui Dr. Issamu.

Conscientização e Inclusão
“Conscientizar a sociedade sobre a Esclerose Múltipla é fundamental para combater o estigma e promover um ambiente mais inclusivo para os pacientes”, destaca o Dr. Issamu. “Quanto mais informada estiver a população, maiores serão as chances de um diagnóstico precoce e de um tratamento eficaz, que pode transformar a vida de quem convive com a EM.”

Ao aumentar a visibilidade da Esclerose Múltipla, a sociedade pode oferecer um apoio mais robusto para aqueles que convivem com a doença. A conscientização também impulsiona o apoio à pesquisa e ao desenvolvimento de novos tratamentos, que podem trazer esperanças renovadas para pacientes em todo o mundo.