Amamentar reduz em 22% o risco de câncer de mama, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
O mês de agosto é dedicado à campanha de conscientização sobre a importância da amamentação, conhecida como Agosto Dourado. De acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), publicado em 2021, a prevalência do aleitamento materno exclusivo entre crianças com menos de 6 meses foi de 45,8% no Brasil.
O leite materno oferece uma série de benefícios para o bebê, desde a redução do risco de algumas doenças até a menor frequência de cólicas do pequeno. Nos primeiros meses de vida, o leite materno é o que fornece uma nutrição ideal e completa para o crescimento saudável do bebê.
“O impacto do aleitamento materno vai além da nutrição. Ele desempenha um papel significativo no desenvolvimento físico e cognitivo do bebê. Os nutrientes e compostos bioativos presentes no leite materno contribuem para o crescimento adequado do corpo e do cérebro, estabelecendo bases sólidas para o futuro da criança”, explica Hamilton Robledo, pediatra na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo e membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
Além disso, o leite materno também fornece proteção para o pequeno, fortalecendo o sistema imunológico do bebê. Segundo o especialista, os anticorpos e outros componentes imunológicos presentes no leite materno ajudam a defender o organismo do bebê contra infecções e alergias.
Benefícios da amamentação para a mãe
Não é apenas o bebê que se beneficia do ato de amamentar, mas as mamães também. No período pós-parto, a amamentação estimula a contração uterina e reduz o risco de hemorragias, colaborando com a recuperação da mãe.
Amamentar reduz em 22% o risco de câncer de mama, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), e quanto maior o tempo de amamentação, maior a proteção, chegando a 26% para quem amamenta por um ano ou mais. Quanto ao câncer de ovário, a supressão da ovulação durante o período de amamentação contribui para a diminuição do risco.
“Para as mães que desejam retornar ao seu peso pré-gestacional, a amamentação pode ser uma aliada. A produção de leite materno consome entre 300 e 600 calorias por dia, acelerando o metabolismo da mãe e facilitando a queima de gordura acumulada durante a gestação”, ressalta Robledo.
O especialista também ressalta que a amamentação proporciona momentos de conexão emocional entre mãe e bebê. O ato de amamentar reduz o estresse e cria oportunidades de intimidade e comunicação não-verbal entre mãe e filho, estabelecendo uma base sólida para o relacionamento futuro.
“A liberação de ocitocina, conhecida como “hormônio do amor”, fortalece o vínculo entre ambos. O contato pele a pele durante a amamentação é importante para o desenvolvimento emocional tanto da mãe como do bebê, oferecendo conforto e segurança ao recém-nascido”, finaliza o pediatra.