No Dia Nacional do Doador de Sangue, hematologista do São Camilo esclarece dúvidas frequentes e reforça a importância do ato
O mês de novembro costuma registrar queda na movimentação dos hemocentros, muitas vezes superior a 30%, reflexo de feriados, mudanças de rotina e viagens. Isso reforça a importância da data de 25 de novembro, Dia Nacional do Doador de Sangue, como um alerta nacional. Doar sangue é seguro, rápido e pode salvar até quatro vidas com uma única bolsa coletada.
O hematologista Dr. Sérgio Fortier, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, lembra que a data, criada em 1964, tem o objetivo de homenagear quem doa e incentivar novos voluntários. “Doar sangue é um gesto simples e profundamente necessário. Os estoques dependem de uma rede constante de doadores, não apenas de campanhas pontuais. Em cirurgias, emergências e no tratamento de diversas doenças, é o sangue doado que garante que o atendimento aconteça”, afirma o médico.
Doar sangue dói muito e é perigoso para o doador.
Mito. O procedimento é seguro. Na triagem, o doador responde a perguntas sobre saúde, peso, histórico, e passa por avaliação médica. O volume coletado é de até 450 ml, o que não compromete a saúde, e o corpo repõe esse volume com rapidez.
Pessoas com tatuagem não podem doar.
Parcialmente verdade. Existem regras específicas: geralmente, aguarda-se um período após a tatuagem para garantir a segurança (um ano), conforme protocolos dos hemocentros.
Se você tiver usado algum medicamento recentemente, está automaticamente impedido de doar.
Parcialmente verdade. Depende do tipo de medicamento e da dose. Nem todos os remédios impedem a doação; a triagem clínica avalia caso a caso.
Quem tem doenças pode ter o sangue rejeitado, então não vale a pena tentar.
Mito. Há vários tipos de exames para garantir a segurança do sangue doado, mas muitos doadores são considerados aptos. O mais importante é a honestidade na triagem e responder às perguntas com clareza.
Não vale doar com pouca frequência; o ideal é só em situações de campanha.
Mito. Doações pontuais ajudam, mas a doação regular é crucial. Como destaca o Dr. Fortier, manter uma rede constante de doadores é o que realmente sustenta os estoques.
Doar sangue é um compromisso coletivo: quanto mais pessoas se tornam doadoras regulares, mais os hospitais conseguem manter estoques seguros para atender pacientes em todo o país. A conscientização continua sendo a ferramenta mais eficaz para ampliar esse cuidado que salva vidas diariamente.
“Doar sangue é uma responsabilidade coletiva. Para quem já é doador, manter a regularidade é fundamental. E para quem nunca doou, este é um ótimo momento para começar. Um gesto simples pode transformar destinos e salvar vidas”, finaliza o Dr. Fortier.
