A doação de órgãos é um ato capaz de transformar a vida de pacientes e suas famílias. No Brasil, a fila de espera por um transplante é longa e, infelizmente, alguns pacientes não conseguem o órgão necessário a tempo. Com a sensibilização do Setembro Verde, mês de conscientização da doação de órgãos, busca-se uma grande mudança nesta realidade a partir da atração de novos doadores.
De acordo com o Ministério da Saúde, até julho de 2024 aproximadamente 43 mil pessoas estão na fila de espera por um transplante no Brasil, deste total, 40 mil aguardam um transplante de rim. Nesse período, foram realizados cerca de 4,7 mil transplantes, mas ainda há uma grande necessidade de doadores.
“Muitas vezes, essa espera pode ser longa e dolorosa. Quando alguém decide se tornar doador, está oferecendo uma nova chance de vida para aqueles que, muitas vezes, já esgotaram todas as outras opções de tratamento”, explica Roberto Luiz da Silva, hematologista e coordenador da equipe de transplante de medula óssea e terapia celular na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
De acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), em 2021, a taxa de recusa familiar, que é quando a família não autoriza a doação, era de cerca de 47%. Este dado revela a importância de campanhas de conscientização para informar e engajar mais pessoas sobre a doação de órgãos. Vale ressaltar que o Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo.
Além disso, campanhas como o Setembro Verde são essenciais para conscientizar e informar a população sobre a importância desse ato. Com mais doadores, é possível reduzir a fila de espera e garantir que mais pessoas tenham acesso aos transplantes de que precisam.
Como Funciona o Processo de Doação?
Para se tornar um doador, é fundamental comunicar sua decisão à família, pois são eles que autorizarão a doação após a morte se for possível. Os órgãos que podem ser doados incluem coração, fígado, pulmões, rins, intestino, pâncreas, além de tecidos como córneas, pele e ossos.
O especialista também ressalta que alguns tipos de doações podem ser feitas em vida. “As pessoas podem doar órgãos em vida, e essa é uma atitude profundamente altruísta que demonstra um imenso cuidado e compaixão pelo próximo. Doar órgãos em vida é possível em casos específicos, como a doação de rim, medula óssea, parte do fígado, parte do pulmão, ou parte do pâncreas”, comenta.
No entanto, é essencial que a decisão seja tomada com total consciência e após uma avaliação médica rigorosa para garantir a segurança e a saúde tanto do doador quanto do receptor. A doação em vida exige um acompanhamento médico cuidadoso para assegurar que ambos possam ter uma recuperação saudável e plena.
“Doar órgãos é um gesto de profunda empatia e compaixão que pode salvar inúmeras vidas. Quando você decide se tornar um doador, você está oferecendo uma segunda chance para pessoas que enfrentam condições de saúde graves e que dependem de um transplante para sobreviver”, finaliza Silva.