Mão-Pé-Boca: doença atinge crianças e requer cuidado para evitar a transmissão

Publicação: 18/11/2025
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Doença tem aumento em períodos mais quentes e úmidos, como a primavera; Pediatra explica como prevenir e quais os principais sintomas da infecção viral

A Mão-Pé-Boca é uma infecção viral contagiosa, ocasionada pelo vírus Coxsackie, que afeta majoritariamente crianças menores de cinco anos, mas pode ocorrer em qualquer idade. Seu nome deriva da característica manifestação de lesões cutâneas e orais, que se apresentam majoritariamente, como vesículas ou manchas vermelhas concentradas nas mãos, pés e na boca

Segundo, os últimos dados disponíveis pela Secretaria Estadual da Saúde foram registrados 391 casos entre janeiro e março de 2023, totalizando uma alta de 149% ante o mesmo período de 2022. Os casos do primeiro trimestre de 2023 já ultrapassavam todos os casos do ano anterior, que equivaliam 385 notificações.

A pediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Vivian Pereira de Oliveira, explica que a doença, embora não seja grave, é muito contagiosa. “É uma doença que se propaga rapidamente em ambientes coletivos, como creches e escolas, sendo transmitida pelo contato direto com secreções de indivíduos infectados, incluindo saliva, muco respiratório e fezes, ou por meio de superfícies e objetos contaminados”, comenta.

Segundo a pediatra, o pico de contágio ocorre na primeira semana da doença, mas o vírus pode ser detectado nas fezes por várias semanas após a recuperação clínica. Após um período de incubação de três a sete dias, os sintomas iniciais costumam ser febre alta, mal-estar e dor de garganta. 

“Outros sintomas também se manifestam, como manchas que rapidamente se transformam em úlceras dolorosas na boca, semelhantes a aftas, dificultando a alimentação e a ingestão de líquidos, e erupções vermelhas – geralmente sem coceira – que afetam as palmas das mãos e solas dos pés, podendo se espalhar para a região das nádegas e genitais”, explica a médica.

Quais os cuidados com a doença?

A Mão-Pé-Boca é autolimitada, ou seja, regride espontaneamente em cerca de sete a dez dias, sem necessidade de um tratamento antiviral específico, porém, alguns cuidados são muito importantes para não agravar a condição.

“O manejo consiste no alívio dos sintomas com o uso de analgésicos e antitérmicos sob orientação médica, e no cuidado com a hidratação do paciente. Devido à dor nas lesões orais, é necessário garantir a ingestão adequada de líquidos, preferencialmente frios e doces, para prevenir a desidratação, que é a complicação mais comum da doença em crianças pequenas”, ressalta Vivian.

A prevenção da disseminação depende majoritariamente de medidas de higiene. A higienização frequente das mãos, especialmente após usar o banheiro, trocar fraldas e antes das refeições, é a principal forma de evitar o contágio. “Também é preciso manter as crianças doentes afastadas de ambientes sociais, como creches e escolas durante o período de contágio ativo, para evitar a transmissão”, explica a especialista.

A médica enfatiza que é imprescindível manter a limpeza regular de superfícies e objetos compartilhados, como brinquedos e utensílios, com soluções desinfetantes apropriadas, para quebrar a cadeia de transmissão.

“Embora raras, complicações exigem atenção médica imediata em casos de desidratação grave, febre persistente ou o surgimento de sintomas neurológicos incomuns, como dor de cabeça forte, rigidez na nuca ou sonolência excessiva”, finaliza a pediatra. A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo atende a especialidade de pediatria nas unidades Pompeia e Santana.