Recentemente o Prof. Dr. João Vitorino, chefe de equipe do serviço de neurocirurgia da Unidade Pompeia da Rede de Hospitais São Camilo de SP e neurocirurgião da Santa Casa de São Paulo, esteve diante de um caso único na medicina e na literatura médica. Um paciente de 65 anos, sem doenças pré-existentes, foi diagnosticado com angiosassarcoma cutâneo, um câncer raro e agressivo, que tem origem a partir das células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos da pele.
Essa patologia, quando infiltra o couro cabeludo e o crânio, apresenta desafios diagnósticos significativos devido à sua raridade e apresentação atípica, quadro apresentado pelo paciente. A natureza agressiva da doença frequentemente resulta em diagnóstico tardio, levando a estágios avançados no momento da identificação. O prognóstico é geralmente reservado, com sobrevida média inferior a 6 meses, dependendo da extensão da doença e da resposta ao tratamento. A alta taxa de recorrência, hemorragias incontroláveis e a propensão para metástases tornam o manejo desse tumor desafiador.
Devido à raridade clínica e a condução feita sob coordenação do Dr. João, o caso foi publicado na revista Journal of Craniofacial Surgery, especializada no tema. No artigo, os profissionais relatam as etapas realizadas ao longo do tratamento, a importância de um planejamento cirúrgico meticuloso e acompanhamento bastante vigilante, especialmente em doenças como esta, com alta taxa de mortalidade devido sua malignidade e agressividade e, neste cenário, em específico, as soluções apresentadas para as complicações como o uso prolongado de drenagem externa à vácuo para estancar sangramento e a reconstrução do defeito ósseo. Um ano após a alta, o paciente mantém independência funcional e retorno de forma plena às atividades de vida diária.
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